Água de reuso é usada por 12 unidades industriais em torres de resfriamento e em caldeiras de pressão para gerar vapor.
Um dos casos de sucesso apresentados no fórum foi o de um projeto de reutilização da água do esgoto.
A estação da Sabesp, a empresa de saneamento básico paulista, recebe e trata o esgoto de uma região com 1,5 milhão de habitantes entre a capital e o ABC – três mil litros por segundo que, até 2012, não tinham nenhum reaproveitamento.
“Anteriormente todo o efluente tratado nós mandávamos para um córrego aqui perto, um corpo d’água aqui perto. Hoje, 20% desse esgoto tratado, nós mandamos para o Aquapolo. O Aquapolo faz um pós-tratamento e destina para os seus clientes finais”, conta o superintendente de tratamento de esgoto da Sabesp, Nivaldo da Costa Júnior.
O Aquapolo foi criado pela própria Sabesp, associada a uma empresa privada, a BRK Ambiental. Ali, o esgoto já tratado é refiltrado, passa por um sistema para eliminação de bactérias. A seguir, por uma ultrafiltragem, com membranas. Depois, vem a chamada osmose reversa, ou inversa, em tubulações com membranas e alta pressão para a separação de minerais. Por último, mais uma desinfecção.
A evolução ao longo do processo é bem visível.
Com 75% da água obtida na penúltima etapa e 25% da que resulta da última, a empresa prepara o chamado “blend”. A água de reuso que é fornecida aos clientes.
O produto final, essa mistura, até tem boa qualidade, segundo o pessoal do Aquapolo, mas não é considerado, dentro da legislação, tecnicamente, uma água potável. Não serve para se beber, ou para cozinhar. Numa casa, seria bom para lavar o chão, ou para dar descarga no banheiro. No caso específico tem outro destino: industrial.
Partindo por uma tubulação, viaja 17 quilômetros até o polo petroquímico do ABC, em Mauá, e também abastece algumas indústrias pelo caminho.
Ao todo, 12 unidades industriais aproveitam a água de reuso, principalmente em torres de resfriamento e em caldeiras de pressão, para gerar vapor. Vantagem econômica para as empresas.
“Primeiro porque custa 50%, em torno de 50% da água potável. E ela é uma água tão adaptada, tão desenvolvida para essas indústrias que ela custa menos para a manutenção das industrias, para a produção nos processos industriais”, explica o diretor da Aquapolo, Marcos Koehler Asseburg.
Vantagem para a sociedade como um todo. As indústrias deixam de consumir água potável. Em um único dia, 30 milhões de litros que podem ter destino bem mais nobre.
Fonte: g1.globo.com